Alcir Pécora e os impasses da literatura
No dia 4 de abril o blog do Instituto Moreira Salles publicou um debate entre os críticos Alcir Pécora e Beatriz Resende. As declarações de ambos no encontro deixaram inquietos os autores brasileiros e opiniões diversas sobre o assunto movimentaram blogs e redes sociais. A discussão ganhou tamanha proporção que Beatriz reagiu anunciando, no Facebook, que não escreveria mais sobre literatura contemporânea, sua área de pesquisa há mais de uma década: “Vou voltar para o velho Lima, Machado, Guimarães Rosa. Não tem erro e não chateiam ninguém.” Na capa do Prosa deste sábado, Alcir Pécora avança um pouco mais no assunto discorrendo sobre o que ele chama de situação de crise da literatura atual. Num longo artigo, aponta impasses e falhas, como por exemplo a tendência dos escritores em menosprezar o domínio técnico e objetivo da arte. A opinião de escritores e críticos sobre o debate iniciado no blog do IMS está numa reportagem de Miguel Conde.
Outro artigo na edição é "Os inúmeros caminhos de um rio", no qual a antropóloga Cecília Campello do Amaral Mello mostra a estreita e rica relação que a população ribeirinha tem com o Xingu, uma harmonia que pode desaparecer caso a construção da usina de Belo Monte se concretize, lembra ela.
O crítico José Castello fala sobre "Vesúvio", livro de poesia de Zulmira Ribeiro Tavares (Companhia das Letras); Marcelo Moutinho comenta "Amor sem fim", de Ian McEwan (Companhia das Letras); Bernardo Kocher escreve sobre "Comunista de casaca: a revolucionária vida de Friedrich Engels", de Tristram Hunt (Record) e Ivo Barroso mostra aos leitores que Herman Melville, além de criador do monumental romance "Moby Dick", foi grande também nos contos, como os reunidos em "O violinista e outras histórias" (Arte & Letra).
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