Um filme para nos ajudar a pensar os limites entre o real, o confessional e a ficção. Gênero em suspensão (ou sob suspeita), ruptura do pacto narrativo com quebras brechtianas. Documentário sobre a mulher, o fingimento, a verdade, o encenar, o mentir, o dissimular e o interpretar. Um anti big brother: a atriz no papel da anônima, a atriz exposta em sua carnalidade. Na simulação da dor alheia, a traição do espectador. Enganá-lo como arte de fazê-lo melhor ver. No final, poucas respostas, nenhum desvendamento. Pessoas se encenam, contam-se. "Narrativizamos" nossa história à maneira das telenovelas. O que cabe ao autor contemporâneo: o mergulho num subjetivismo que falseia? A construção de um outro personagem com que mostrar-se?
Eduardo de Araújo Teixeira
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