quarta-feira, 10 de junho de 2009

O maníaco do olho verde, de Dalton Trevisan


























Houve, no decurso do século XX, um considerável incremento na importância dada aos meandros do processo constitutivo de esferas cotidianas - universos particulares construídos a partir de inter-relações lingüístico-econômico-culturais - como componentes indeléveis na elaboração do discurso histórico de um determinado povo ou recorte temporal. Isso quando o próprio foco de análise não repousa sobre uma dessas esferas.

É justamente sobre as idiossincrasias dessa teia de universos que se debruça Dalton Trevisan em seu mais novo livro: O Maníaco do Olho Verde. Através dos 26 contos que compõem o volume, o leitor tomará caso com as querelas de um viciado em craque, imerso, por dívida, na criminalidade; às investidas sequiosas de um padrastro tarado; os malogros de um fulano que se envolve com a ex-mulher de um policial, entre outras desgraças possíveis. A condição de desgraça eminente parece, na verdade, conferir alguma unidade às histórias postas, que tratadas com a devida dose de escárnio, se isentam de qualquer busca de pureza através da sobreposição de elementos sórdidos, comuns às investidas de tal natureza.











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