quinta-feira, 7 de junho de 2012

Recado do nome, de Ana Maria Machado


João Guimarães Rosa, aliás, utiliza diversos anagramas por sua obra afora. Por exemplo: Mauriss Aragão, Sá Araújo Negrim, Romaguari Sães (v. Ave, palavra). E , em Tutameia, esconde-se pelo meio do índice: as iniciais dos títulos dos quatro prefácios formam seu prenome em alemão (Hans), havendo apenas dois contos que fogem à ordem alfabética que regula os títulos, e se colocam em seguida ao da letra J ("João Porém, o Criador de Perus"); "Grande Gedeão" e "Reminisção", justamente suas iniciais, JGR. Assinalando o ponto de ruptura da ordem alfabética, fica um aviso no índice: Hiato: intruge-se JGR lá nas campinas. Ainda a respeito de exploração de seu próprio nome, vale citar trecho de uma carta sua a Curt Meyer-Clason: "O que digo é sincero, nada demagógico, poderia jurá-lo pelo corcel do jagunço Riobaldo, os quais, indissolúveis, vêm a ser um Weihs Mahr ('cavaleiro combatente' ou 'cavalo de combate') - que, conforme vejo num léxico etimológico, e passando por Wimara, Guimara, foi o primitivo nome de Guimarães".


Para quem um dia se aventurar a ler Guimarães Rosa, minha dica é passar antes por esse livro que é um dos estudos mais extraordinários e geniais que podem existir. Digo isso, porque ele explodiu minha cabeça, sobre a grandeza de Rosa, mas também sobre a capacidade de sentidos dessa arte que tanto admiro e que me possibilitou meu ganha pão: a Literatura.


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